Produção da soja é viável em Sergipe
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja. Fomentar esta cultura para Sergipe como complemento do milho, principal produto agrícola na região, é o objetivo da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe (Faese). Em visita ao estado, o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja), Bartolomeu Braz, garantiu que o estado possui condições favoráveis para a implantação da cultura da soja.
Ter uma unidade armazenadora e secadora da soja é um dos principais critérios para plantar e soja. Segundo Bartolomeu Braz, assim que a soja seca precisa ser colhida. Se houver uma chuva ou umidade, a soja precisa passar por secagem.
“O próprio produtor pode fazer uma unidade de armazenamento para atender várias unidades e é necessário que se faça próximo ao porto para não pagar dois fretes”, explica.
Integrar outras cadeias produtivas como soja é importante para que produção tenha continuidade. Ainda segundo Bartolomeu, o solo precisa de outras cultura para ter uma boa produtividade.
“Se a gente continuar, como está aqui, só produzindo milho é limitado porque você só vai retirar do solo e não vai fixar nada. A soja sendo uma planta leguminosa que fixa o oxigênio, você terá muitos ganhos para frente. Precisamos conhecer mais. Não podemos deixar que esta agricultura seja monopolizada por esta monocultura”, alerta.
Experimento
Em Nossa Senhora das Dores, a Embrapa Tabuleiros Costeiros possui um campo experimental de soja, que apresentou uma boa produtividade. O chefe geral Marcelo Fernandes explica que o monocultivo do milho não vai ser substituído pela soja.
“A soja vai entrar como componente de rotação em áreas de produção de milho para que você possa ter uma diversificação maior dos cultivos de produção e você pode ter uma melhoria tanto em termos de produtividade como de utilização de recursos naturais. Tivemos recentemente um plantio de soja que vamos colher, apesar da estiagem, vamos colher soja com boa produtividade, uma vez que ela foi plantada em sequência a um plantio de milho cultivado com braquiária”, afirma.
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe, Ivan Sobral, afirma que a Faese está à disposição dos produtores. “O papel da Faese é fomentar alternativas para que o produtor rural possa melhorar o potencial da exploração agrícola. Trouxemos a Aprosoja para discutir a viabilidade da produção em nosso estado. Buscamos parceria com a Embrapa para mais pesquisas. Realizamos visitas em algumas propriedades e reuniremos todos os elementos para que em 2019 a soja esteja implementada em 2019”.
O produtor de milho, Luiz Melo, afirma que tem interesse em agregar novas culturas, a exemplo da soja. “Sergipe já é muito desenvolvido na cultura do milho, mas todo Brasil iniciou no milho e foi migrando para soja. Temos muito o que aprender sobre esta cultura, que inclusive é mais rentável”.