Sistema implantado pelo Senar reutiliza água da sala de ordenha
Um sistema de reuso da água foi implantado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Sergipe (Senar/SE) em sete municípios sergipanos. O sistema permite o reaproveitamento da água utilizada na limpeza da sala de ordenha gerando economia de água e irrigação da palma.
O produtor Wellisy Santos Ferreira foi um dos beneficiados com a Unidade de Reserva Hídrica implantada pelo Senar/SE em sete municípios. Ele divide o tempo entre a sala de aula e o campo. Wellisy é um dos produtores assistidos pelo Programa Sertão Empreendedor e destaca como o programa mudou a sua vida.
“Antes eu trabalhava com ordenha manual e precisava de uma assistência técnica que melhorasse, então mudou 100%. Nossa produção era de 120 litros por dia com 20 animais e hoje tenho menos e produzo mais. Chego a produzir 400 litros de leite por dia. Ainda vem a questão da renda que aumentou significativamente”, afirma Wellisy.
Por ser professor de Matemática, Wellisy já tinha uma noção para calcular custos, mas mesmo assim ele conta que aprendeu muito. O que mais marcou durante os dois anos de assistência foi como melhorar o manejo dos animais.
“O que veio fortalecer aqui foi o conhecimento de manejo que foi significativo e a questão da produção. Passamos a trabalhar com lotes. Antes não tínhamos isso. Trabalhávamos com o gado todo misturado. O pequeno comendo com o grande. Melhoramos bastante na produção de leite, genética, antes meu foco era genética porque eu achava que na estrutura financeira eu estava bem, mas estava tudo desorganizado. Pensei que meu foco não era genética, e sim gerenciamento”, afirma.
Sistema de Reuso
Um dos principais benefícios do sistema de reuso foi a garantia de alimento para o rebanho, uma das principais dificuldades da região por causa do período de estiagem.
“O que melhorou para gente foi a garantia de produção de alimento. Temos a produção, mas é mínima e com o sistema de reuso temos a garantia de alimento. A nossa água era toda jogada fora para nada. Já estava dando problema de casco nos animais porque a água ficava armazenada no curral. Criava podridão no casco e hoje não temos mais isso. Melhorou bastante”, afirma.
A supervisora da Assistência Técnica do Senar/SE, Camila Xavier, explica que a água sai cheia de nutrientes pronta para irrigar a palma. “Essa água quando sai da sala de ordenha vem com o esterco diluído nela. O esterco tem nitrogênio. A gente leva nitrogênio para a palma e a expectativa é que ela produza no mínimo o dobro em volume de peso que a gente produziria em um sistema sem irrigação. Uma produção violenta de alimentos dando suporte a produção leiteira. Vários produtores já conhecem o sistema e viram que é rentável. Nosso sistema de irrigação é uma difusão para vários produtores replicarem”.