Constituída por 90% de água, palma é alternativa para alimentar gado leiteiro do Semiárido
A palma forrageira, planta rica em minerais e constituída por 90% de água, tem se tornado uma alternativa para alimentação do rebanho leiteiro no semiárido. Resistente à seca, a planta pode ser utilizada como forragem nas rações de rebanhos leiteiros. Contudo, para melhor aproveitamento da cactácea, é necessário adotar boas práticas de plantio, manejo e técnicas de colheita.
Para capacitar técnicos de campo, pesquisadores e analistas, como multiplicadores de tecnologias para reserva hídrica e alimentação animal, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Semiárido) promoveu os cursos “Atualização no manejo e uso da palma forrageira para rebanhos leiteiros da região semiárida” e “Novo enfoque tecnológico de convivência com o semiárido”, entre os dias 19 e 22 de julho, em Petrolina, no Pernambuco.
A palma como forragem para os animais ganhou espaço no semiárido devido à sua adaptação ao ambiente quente e seco e boa produção de massa verde. O assessor técnico da Comissão da Região Nordeste do Brasil, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Joaci Medeiros participou dos quatro dias de curso e explicou que, por conta da palma produzir 90% de água, o gado que se alimenta dela acaba consumindo quantidade menor de água, fato já comprovado em pesquisas científicas.
“Em uma região como o semiárido, onde a média de chuva anual varia entre 200 a 800 milímetros, qualquer tecnologia ou sistema que ajude a otimizar o uso da água na propriedade são bem vindos. A palma forrageira, além de nutrir e hidratar os animais, garante produtividade e rentabilidade para o produtor, mesmo no período intenso da seca”, destacou Medeiros.
Dirigido para os técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Sergipe (SENAR-SE), o curso também levou informações sobre tecnologias de reservas hídricas para economizar e aproveitar as águas das chuvas, que são evaporadas e escoadas superficialmente para o solo. As principais alternativas apresentadas foram as barragens subterrâneas (parede construída com utilização de lona plástica, para barrar o fluxo de água no interior do solo), as cisternas calçadão, de placa e de enxurrada, todas com a mesma função de armazenagem de água.
Além da palma, algumas espécies vegetais também são promissoras como forrageiras na alimentação animal, como o capim buffel, erva-sal (para solos com maior salinidade), gliricídia, guandu forrageiro, leucena, sorgo, milheto, mandacaru sem espinhos, entre outras.
Segundo o assessor técnico da CNA, durante o curso, representantes da Embaixada do México apresentaram a palma forrageira como alternativa de alimento para o ser humano. “A palma e o fruto dela, o figo da índia, são de grande importância para a culinária mexicana. Como o país latino usa a planta apenas para alimentação humana e o Brasil para o animal, a ideia é trocarmos informações e conhecimento para ambos aproveitarem o que palma tem de melhor para oferecer”, concluiu Joaci Medeiros.
Assessoria de Comunicação CNA